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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Filho de Antonio Gomes da Silva Netto e Rosilda Lucia Quaresma; nasci em Niterói, RJ, verão de 1982; passei toda minha infância em Jabitacá, PE; estive em convivência tanto no campo como na cidade, cuidei de gado na adolescência os quais minha avó criava , e trabalhei na biblioteca da escola na juventude. Minha conversão se deu no dia 24 de Dezembro de 1998 através do assembleianismo ao qual comunguei por 9 anos. Estudei o 2º grau, e, no ano 2000, aos 18 anos vim morar em João Pessoa, onde me casei com Priscila, e tivemos 2 filhas, Ester e Júlia. Hoje sou formado em Técnico em mecânica pelo Cefet-PB.Fui seminarista da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil. Em 2014 concluí o Curso de Bacharel em Serviço Social. Estou orando para que este Blog sirva à Deus como instrumento de propagação da nova a respeito de Cristo.

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Como deve ser nossos caminhos diante de Deus?


[SERMÕES PESSOAIS]

Jó 4.6: Porventura não é o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança a integridade dos teus caminhos?

INTRODUÇÃO

sobre Jó e os seus amigos.

DESENVOLVIMENTO

BASE 1

* O nosso temor em Deus deve ser a base de nossa confiança.

O exemplo de Jó: Jó 1.1: HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.

O que quer dizer temor?

Tributar reverência; ter medo; ter receio; ter respeito.

A – A confiança no Redentor: Jó 19.25 – 26: 25 Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
26 E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus,

B – A confirmação da confiança: Jó 42.5: Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.

BASE 2

* O nosso testemunho pessoal é quem vai dizer o quanto somos íntegros nos nossos caminhos.

A conseqüência de nossas atitudes: Gl 6.7: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.

Que quer dizer integridade?

Qualidade de íntegro; retidão; imparcialidade.

BASE 3

* A integridade dos nossos caminhos é a prova de nossa esperança.

A esperança na Bíblia: Rm 8.24 – 25: 24 Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará?
25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.

Que quer dizer esperança?

Ato de se esperar o que deseja; expectativa; espera.

É esperar o desconhecido.

A – O exemplo de Abraão: Gênesis 22.1 - 3: 1 E ACONTECEU depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
2 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
3 Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.

1 – O temor de Abraão confirmado: Gn 22.12: Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.

2 - Deus não prometeu nada a Abraão: Gn 22.2: E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.

3 – A promessa depois da prova: 22.17 – 18: 17 Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;
18 E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.

Obs – Abraão tinha certeza que sairia ileso da prova: Gênesis 22.5: E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós.

CONCLUSÃO

A oração sábia.

[SERMÕES PESSOAIS]

TITULO: A ORAÇÃO SÁBIA.

TEXTO: 1 JO 5.14. E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.

OBJETIVO GERAL: DOUTRINÁRIO.

INTRODUÇÃO:

EXISTEM DUAS LINHAS DE PENSAMENTO SOBRE A GRAÇA DIVINA E SUA ATUAÇÃO NO CRENTE:

A 1ª DIZ QUE: O SER HUMANO COOPERA COM DEUS PARA QUE A GRAÇA DIVINA SEJA APLICADA, DE MANEIRA QUE SE O INDIVIDUO FIZER UMA INTERCESSÃO DIANTE DE DEUS ISSO PODE MOVER O CORAÇÃO DE DEUS PARA QUE ELE VENHA A TOMAR UMA DESCISÃO.

A 2ª DIZ QUE: APENAS DEUS PODE OPERAR SOZINHO A GRAÇA DIVINA NA VIDA DO SER HUMANO.

TESE: QUE MAL HÁ ORAR SEGUNDO A SABEDORIA DIVINA? SERÁ QUE DEUS NÃO VAI RESPONDER A ORAÇÃO SEGUNDO O MELHOR FIM POSSÍVEL, PARA A GLÓRIA DE SEU NOME?

OBJETIVO ESPECÍFICO: QUERO QUE OS OUVINTES ENTENDAM QUE DEUS SEMPRE NOS DARÁ ALGO SEGUNDO SUA SABEDORIA E, NÃO SEGUNDO O NOSSO QUERER.

DESENVOLVIMENTO

PONTO 1: NÃO SABEMOS ORAR COMO CONVÉM. RM 8.26.  E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.


DEVIDO A DOIS FATOS:

A.NÃO COMPREENDEMOS O AGIR DE DEUS. JÓ 37.5. Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não podemos compreender.

B.NÃO COMPREENDEMOS A CRIAÇÃO INCLUINDO NÓS MESMOS E NOSSAS FRAGILIDADES. EC 8.17. Então vi toda a obra de Deus, que o homem não pode perceber, a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a achará; e, ainda que diga o sábio que a conhece, nem por isso a poderá compreender.
 

PONTO 2: CRISTO INTERCEDE POR NÓS APENAS SEGUNDO A VONTADE DE DEUS. RM 8.27. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.

PONTO 3: PRESCISAMOS ORAR.

PELO MENOS POR 2 MOTIVOS:

A.É UMA ORDEM DE CRISTO. MT 7.7-8.  7
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8
Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.       

B.PORQUE LOGICAMENTE PRECISAMOS RECEBER, MAS PARA ISSO DEVEMOS TER FÉ QUE VAMOS RECEBER. MT 21.21-22.  21
Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito;
22
E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.       

CONCLUSÃO

domingo, 12 de junho de 2011

Agostinho de Hipona




  No dia 13 de Novembro de 354 na cidade de Tagaste província de Souk Ahras (próximo a Cartago na Tunísia) no norte da África (hoje Argélia) filho de Patrício que era pagão e Mônica que havia se tornado cristão nasceu Aurelius Augustinus (nome latim).

  Nesta época se desenrolava as diferenças cristológicas no oriente grego onde as igrejas disputavam suas crenças a respeito da deidade de Cristo.



  Agostinho sendo criado com pais que tinham diferenças religiosas teve forte influência na sua personalidade, sobre tudo de seu pai, resistindo sempre aos ensinamentos religiosos de sua mãe.

  Com 11 anos de idade foi enviado para a escola de Madaura, cidade da Numídia.

  Neste local ele foi ensinado em toda a crença da religião pagã, da cultura e literatura latina.

  Depois deste período ele ficou em casa do ano de 369 a 370 onde pode ter contato com o livro de Cícero “Hortensius” que foi uma forte influência para sua vida, principalmente no contexto argumentativo de dialogo. Através disso ele passou a se interessar pelo maniqueísmo uma seita gnóstica (O Maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística que divide o mundo entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.). Logo depois deste tempo ele realmente passou a ser um discípulo do maniqueísmo.

  Agostinho se destacava na sua retórica (eloquência, oratória), porém não conseguia dominar o grego.

  Com 17 anos graças a um concidadão chamado Romaniano, o pai de Agostinho consegue lhe enviar de volta para Cartago para continuar seus estudos na retórica.

  Embora fosse catecúmeno desde a infância, era apaixonado pelo teatro, e só conseguiu dominar sua sexualidade após se unir a uma concubina (mulher que vive com homem sem ser legalmente casada) de 372 – 385 a qual lhe deu um filho, Adeodato que faleceu logo (por volta de 390).

  Durante o período de 373 – 374 (19 – 20 anos) Agostinho foi professor de gramática na sua cidade natal Tagaste. No ano seguinte foi para Cartago ser professor na rede municipal, mas ficou desapontado com a falta de interesse dos alunos, permaneceu ai durante 9 anos.

  Em 383 ele mudou-se para Roma onde estabeleceria uma escola de retórica pois os melhores professores haviam se estabelecido ali. Mas logo ficou descontente pois seus alunos fugiam na hora de pagar as mensalidades. Mas ai em Roma ele foi apresentado ao prefeito através de seus amigos maniqueístas, Symmachus, que tinha sido solicitado a fornecer um professor de retórica para o tribunal em Milão, Agostinho ficou com o emprego e ocupou o cargo até 384 onde recebeu forte influencia da filosofia neoplatônica que o convenceu da existência do Ser transcendente imaterial e lhe deu uma nova compreensão sobre o problema do bem e do mal (Corrente doutrinária fundada por Amônio Sacas (séc. II), em Alexandria, e cujos representantes principais são Plotino, filósofo romano (204-270), em Roma; Jâmblico, filósofo grego (c. 250-330), na Síria; e Proclo, filósofo grego (410-485), em Atenas. Caracterizava-se pelas teses da absoluta transcendência do ser divino, da emanação (q. v.) e do retorno do mundo a Deus pela interiorização progressiva do homem.).

  Por esse tempo Agostinho foi perseguido por sua mãe que tentava inculcar os ideais cristãos nele e também queria ver seu progresso profissional, mas como sempre ele ia resistindo, até que ele conheceu o bispo de Roma Ambrósio (339-397), homem que lhe impressionou, sobretudo devido sua eloquência erudita e sua pregação alegórica (Ambrósio é considerado o maior pregador da igreja latina).



  No ano de 386 quando estava a meditar sobre a sombra de uma árvore no seu jardim em Milão ele teve uma experiência ímpar em sua vida a qual está descrita em um de seus livros chamado “Confissões”. De repente enquanto estava conversando com seu amigo Alípio sobre a mensagem do apóstolo Paulo, ele se emociona e se afasta uma distância de seu amigo e começa ouvir ao longe uma criança cantando tolle lege (toma e lê). Abrindo aleatoriamente a bíblia no livro de Romanos capítulo 13 versículos de 13 a 14: Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.

  Após esta leitura Agostinho creu em Cristo e logo foi batizado por Ambrósio na Páscoa de 387, abandonando sua carreira pública e se tornando monge.

  Depois deste período ele retorna para a Tagaste e sua mãe faleceu na cidade de Óstia e seu filho também neste tempo (388 – 390) deixando-o sozinho sem família. Vendeu toda sua herança e deu aos pobres, só não vendeu sua casa que fez uma fundação monástica para ele e um grupo de amigos.

  Ao fazer uma visita a cidade de Hipona no norte da África (na Argélia) foi ordenado sacerdote mesmo contra sua vontade. Tornou-se bispo coadjutor em 395 e um ano depois foi ordenado bispo de Hipona (Annaba, na Argélia), função que exerceu até o fim de sua vida em 28 de Agosto de 430. Sua vida foi registrada pela primeira vez por seu amigo Possídio, bispo de Calama, no seu Sancti Augustini vita.

  Por esta época Agostinho começou a ter disputas com um grupo chamado de donatista, que era uma seita cismática da igreja africana. Eles surgiram no período das perseguições do IV séc. Por volta de 303 a 311.

  Os donatistas afirmavam 2 coisas principalmente:

1ª) Os cristãos que haviam negado o nome de Cristo por causa da perseguição, não deveriam ser readmitidos na igreja novamente.

2ª) Afirmavam que aqueles que haviam sido batizados ou ordenados ministros pela igreja não donatista, não poderiam ser considerados servos nem ministros de Deus.

  Os donatistas cresciam na África e se tornaram uma poderosa igreja rival, a qual Agostinho foi se defrontando e soube acabar com todas as heresias.

  O primeiro livro que Agostinho escreveu sobre a heresia donatista foi “Sobre o batismo” onde ele aborda 2 assuntos principais:

1º) A natureza da igreja.

2º) A validade dos sacramentos.

  A ênfase principal dos donatistas era a pureza da igreja: era considerada a congregação dos santos “tanto na terra como no céu”, coisa que Agostinho conseguiu objetar afirmando que, “os donatistas são impuros, por destruírem a unidade da igreja e caírem no pecado do cisma”. Para ele a igreja comporta todos os tipos de pessoas, contendo em si tanto o bem como o mal até a separação definitiva no fim do mundo (joio e trigo: Mt 13.38-43: O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.

  Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.

  Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lança-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.)

  Quanto aos sacramentos (a ceia do Senhor e o batismo) ele afirmou que eles transmitem a graça de Deus “ex opero operato” ou seja, “opera em virtude do próprio ato”, independente da condição moral ou espiritual do oficiante. Os sacramentos provém de Cristo e seu poder e sua eficácia baseiam-se na santidade de Cristo, que não pode ser corrompida por ministros indignos, “assim como a luz que provém do sol não pode ser corrompida ao brilhar através de um esgoto”. Portanto um sacramento é válido mesmo quando ministrado por um sacerdote imoral e herético, contanto que tenha uma ordenação válida e esteja em comunhão com a igreja, sendo mero instrumento da graça de Cristo.

  A heresia donatista desapareceu por volta do séc. VII depois de muitas disputas, mas os fundamentos levantados e deixados por Agostinho foram fatores determinantes para isso.

  Para os reformadores do tempo de Lutero, Agostinho foi o principal pai da igreja antiga, sobretudo pelos fundamentos deixados sobre o pecado, sobre o livre-arbítrio e sobre a graça.

  O início de seus tratados nestes temas começou devido a controvérsia com Pelágio, um monge britânico que nasceu no séc. IV. Em 405 ele foi a Palestina e escreveu 2 livros:

1º) Da natureza.

2º) Do livre-arbítrio.

  Lutero se deparou também com o ensino de Pelágio, agora representado por o monge Erasmo de Roterdã, o mesmo que escreveu o textus receptus, a versão da bíblia utilizada até hoje pela igreja reformada, defendida principalmente por Calvino e Theodoro Beza. Erasmo defendeu os ensinos de Pelágio dentro do catolicismo romano o qual foi adotado, criando assim uma ação de contrariedade em Lutero, que o condenou principalmente através da sua obra “nascidos escravos”.

  Embora Pelágio nunca tenha se encontrado com Agostinho foi fortemente criticado por ele e por Jerônimo amigo de Agostinho escritor da Vulgata latina (?- 420). Neste momento foi reunido um concílio para acabar com as heresias de Pelágio, mas ele conseguiu ser inocentado em 415. Todavia foi condenado como herege em 417-418 pelo bispo de Roma e pelo concílio de Éfeso (431).

  Pelágio era um cristão moralista que achava a crença na tendência natural do homem para o pecado um desestimulo para se viver uma vida virtuosa.

  Pelágio foi acusado de 3 heresias:

1ª) Negava o pecado original no sentido de culpa herdada, sendo defendido e acompanhado por muitos cristãos orientais. Dizia que as pessoas pecam por nascerem num mundo corrompido e que são influenciadas pelos maus exemplos ao seu redor, mas que elas não tem tendência natural para pecar, e se o fazem é deliberadamente.

2ª) Ele negou que a graça sobrenatural de Deus seja essencial para a salvação. Tudo de que os cristãos precisam é da iluminação dada pela palavra de Deus e da consciência.

3ª) Afirmou pelo menos em teoria de que é possível viver uma vida sem pecado pelo uso correto do livre-arbítrio. Todo ser humano se encontra na mesma situação que Adão antes da queda, podendo optar em viver em perfeita obediência a lei de Deus.

  Agostinho reagiu fortemente contra estes ensinos, desenvolvendo sua soteriologia que parte de 2 convicções centrais a saber:

1ª) a total corrupção dos seres humanos após a queda.

2ª) a absoluta soberania de Deus.

  Suas principais obras objetando os ensinos de Pelágio foram:

1ª) Do Espírito e da letra (412)

2ª) Da natureza e da graça (415)

3ª) Da graça de Cristo e do pecado original (418)

4ª) Da graça e do livre-arbítrio (427)

5ª) Da predestinação dos santos (429)

  Ele também tratou deste assunto em outras obras como: Enchiridion (421) e A cidade de Deus (413-427).

  Apelando para ensinamentos do apóstolo Paulo como Romanos 5.12-21 ( Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor. ) Agostinho afirmou que todos os seres humanos inclusive os filhos dos cristãos, nascem culpados e totalmente corrompidos por causa do pecado de Adão e da natureza pecaminosa herdada dele, estando sujeitos a condenação eterna. Eles fazem parte de uma “massa de perdição”. Essa situação só é desfeita pelo batismo (o sacramento da regeneração), pelo arrependimento e pela graça sacramental. A vida virtuosa do cristão é obra da graça de Deus e não produto do esforço humano ou do seu livre-arbítrio, sem a graça capacitadora. Por causa da corrupção herdada, o ser humano não tem liberdade para não pecar (non posse non peccare), mas pelo contrário ele é inteiramente servo do pecado (Nascidos escravos – Lutero).

  Para Agostinho o livre-arbítrio era fazer o que se deseja, agir de acordo com a natureza não tendo escolha contrária, como era sustentado por Pelágio e seus seguidores. O que Agostinho estava querendo dizer não era que o homem não tinha capacidade alguma de fazer o que é bom e certo ou justo, mas somente com relação a sua salvação, o homem era incapaz de querer se aproximar do Deus, Senhor e Salvador.

  Desta forma o homem é livre para pecar, mas não é livre para não pecar. Pecar é tudo o que os seres humanos querem fazer sem o auxílio da graça Divina. Portanto, a graça soberana de Deus é absolutamente necessária para qualquer decisão ou ação positiva do ser humano caído. As criaturas humanas estão de tal maneira corrompidas que se Deus não os concedesse o dom da fé, jamais se voltariam para Ele. Se fosse possível conseguir a retidão somente pela natureza humana e pelo livre-arbítrio, sem a graça sobrenatural, Cristo teria morrido em vão.

  E sua última obra “Da predestinação dos santos”, Agostinho afirmou que Deus escolhe alguns indivíduos do meio da massa humana de perdição para receber o dom da fé e, deixa os outros seguir o rumo natural de suas vidas na perdição. É aquilo que os reformadores do tempo da reforma protestante chamariam de “eleição incondicional” e “graça irresistível”.

  Em uma última análise das obras de Agostinho podemos chegar a conclusão de que ele deixou a desejar na abordagem de alguns temas como por exemplo:

Deus é o autor do mal?
Como conciliar a soberania Divina e a responsabilidade humana?
Porque Deus não salva a todos?

  Agostinho deixa estas coisas com um ponto de interrogação e entende que é um mistério ao qual Deus não quis revelar ao homem, mas ele entende que acima de tudo se deve ter em mente que Deus é a causa suprema de todas as coisas e que não existe nada no universo que possa fugir de seu controle ou frustrar sua vontade.

  Além da doutrina da igreja, da soteriologia e da doutrina da graça, Agostinho deixou como contribuição fundamental foi sobre a doutrina trinitariana no tratado “De Trinitate” (sobre a Trindade). Partindo do fundamento deixado pelos capadócios cuja teologia conheceu através de Hilário de Poitiers, Agostinho deu maior ênfase a unidade da essência Divina que a diversidade de pessoas, embora deixe um resumo. Os capadócios fizeram o inverso. Ao explicar a procedência do Espírito Santo, diz que Ele é o vínculo de amor entre o Pai e o Filho. Agostinho argumentou que todas as coisas pelo fato de terem sido criadas pelo Deus tri uno, levam a marca da Trindade. Assim contribuiu de maneira inovadora com a introdução do “modelo psicológico da Trindade”. Comparou a unidade de Deus com a unidade do ser humano, com relação aos 3 aspectos das faculdades internas da alma, a saber: a memória o entendimento e a vontade.

  Sua obra prima, seu maior tratado e o mais completo foi “A cidade de Deus” onde fez uma grande síntese do pensamento cristão. Começa com uma apologia sobre o incêndio em Roma pelos visigodos no ano de 410. Acabou sendo uma grande interpretação da história romana e cristã, analisada teológica e escatologicamente através dos complexos destinos terrenais de 2 cidades criada por amores conflitantes (ao amor próprio e ao a amor a Deus).

  Segundo ele, o reino de Deus não se identifica com nenhuma civilização humana e não seria afetado pelo declínio do império romano.

  Irônicamente Agostinho morreu quando a África romana sucumbia diante das invasões dos vândalos que cercavam Hipona.

  A civilização romana clássica estava desmoronando-se mas, havia surgido uma nova cultura cristã que ganhava força, e alcançaria seu apogeu no período da idade medieval.

  Para os protestantes ou evangélicos, Agostinho é referencial na história eclesiástica, pois foi um valoroso líder da Igreja primitiva e deixou suas marcas como verdadeiro discípulo de Cristo.

  Agostinho foi um autor prolífico em muitos gêneros — tratados filosóficos, teológicos, comentários de escritos da Bíblia, além de sermões e cartas.

  Dele restaram algumas centenas de cartas (Epistulae) e de sermões (Sermones) considerados autênticos. Além disso, deixou 113 obras escritas.

  Agostinho é chamado de o Doutor da Graça, por sua compreensão sobre o tema.

Textos autobiográficos:

  As suas Confissões (Confesiones), escritas entre os anos 397-398, são geralmente consideradas como a primeira autobiografia. Agostinho descreve sua vida desde sua concepção até à sua então relação com Deus, e termina com um longo discurso sobre o livro do Gênesis, no qual ele demonstra como interpretar a Bíblia. A consciência psicológica e auto-revelação da obra ainda impressionam leitores.

  Mesmo sendo uma autobiografia, as Confissões não deixam de ter a marca filosófica de Agostinho. No Livro X, Agostinho escreve sobre a memória e suas atribuições. Já no Livro XI, Agostinho fala sobre a Criação, sobre o Tempo e da noção psicológica que se tem deste.

  No fim da sua vida, Agostinho revisitou os seus trabalhos anteriores por ordem cronológica e sugeriu que teria falado de forma diferente numa obra intitulada Retratações, que nos daria uma imagem considerável do desenvolvimento de um escritor e os seus pensamentos finais.

Filosóficos: Diálogos: Solilóquios (Soliloquiorum libri duo), Sobre o Mestre (De Magistro, trata da educação neste diálogo), Sobre o livre arbítrio (De Libero Arbitrio, trata sobre o mal e sobre as escolhas)

  Contra os acadêmicos (Contra acadêmicos, em que combate o cepticismo).

  O Livro das disciplinas (Disciplinarum libri é uma vasta enciclopédia com o fim de mostrar como se pode e se deve ascender a Deus a partir das coisas materiais. Não está acabada).

Apologéticos: Da verdadeira religião (De vera religione), etc.

  A Cidade de Deus (iniciada c. de 413, terminada em 426, uma de suas obras capitais, nela nos oferece uma síntese de seu pensamento filosófico, teológico e político). O De civitate Dei libri XXII.

Dogmáticos:

  Entre 399-422, escreveu A Trindade, uma das principais obras que apoia a crença na Santíssima Trindade de Deus. O De Trinitate libri XV.

  Sobre a imortalidade da alma (De inmortalitate animae)

  Sobre a potencialidade da alma (De quantitate animae)

  Enquirídio (Enchiridion, ad Laurentium ou De fide, spe et caritate liber I, é um manual de teologia segundo o esquema das três virtudes teológicas. Contém uma explicação do Credo, da oração do Pai Nosso e dos preceitos morais da Igreja).

  Da fé e do credo livro I (De fide et símbolo liber I), etc.

Morais e pastorais:

  Contra mendacium, Da catequese dos não instruídos livro I (De catechizandis rudibus liber I), Da continência livro I (De continentia liber I), Da paciência livro I (De patientia liber I), etc.

Monásticos:

  Regula ad servos — a mais antiga das regras monásticas do Ocidente.

Exegéticos:

  A Bíblia teve um papel decisivo para Agostinho. Pode-se destacar:

  Da doutrina cristã livro IV (De doctrina christiana libri IV (é uma síntese dogmática que servirá de modelo para as Sententiae os pensadores da Idade Média), De Genesi ad litteram libri XII, Da harmonia dos evangelistas livro IV (De consensu Evangelistarum libri IV (foram escritos em resposta aos que acusavam os evangelistas de contradizer-se e de haver atribuído falsamente a Cristo a divinidade), etc.

Tratados:

  Tratados sobre o evangelho de João (In Iohannis evangelium tractatus), As enarrações, ou exposições, dos Salmos (Enarrationes in Psalmos), etc.

Polêmicos:

  Muitas de suas obras tem caráter polêmico por causa dos conflitos que ele enfrentou. Isso levou São Posídio a classificá-las conforme os adversários combatidos: pagãos, astrólogos, judeus, maniqueus, priscilianistas, donatistas, pelagianos, arianos e apolinaristas.

  De natura boni liber I, Psalmus contra partem Donati, De peccatorum meritis et remissione et de baptismo parvolorum ad Marcellium libri III (de 412, primeira teologia bíblica da redenção, do pecado original e da necessidade do batismo), De gratia et libero arbitrio liber I (de 426, em que demonstra a necessidade da graça, da existência do livre arbitrío), De haeresibus, etc.

Pensamento:

O problema do mal:

  Em seu livro Sobre o livre arbítrio (em latim: De libero arbitrio) Agostinho tenta provar de forma filosófica que Deus não é o criador do mal. Pois, para ele, tornava-se inconcebível o fato de que um ser tão bom, pudesse ter criado o mal.

  A concepção que Agostinho tem do mal, esta baseada na teoria platônica, assim o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. O mal é aquilo que "sobraria" quando não existe mais a presença do bem. Deus seria a completa personificação deste bem, portanto não poderia ter criado o mal.

  No diálogo com seu amigo Evódio, Agostinho tenta explicar-lhe que a origem do mal está no livre-arbítrio concedido por Deus. Deus em sua perfeição, quis criar um ser que pudesse ser autônomo e assim escolher o bem de forma voluntária. O homem, então, é o único ser que possuiria as faculdades da vontade, da liberdade e do conhecimento. Por esta forma ele é capaz de entender os sentidos existentes em si mesmo e na natureza. Ele é um ser capacitado a escolher entre algo bom (proveniente da vontade de Deus) e algo mau (a prevalência da vontade das paixões humanas).

  Entretanto, por ter em si mesmo a carga do pecado original de Adão e Eva, estaria constantemente tendenciado a escolher praticar uma ação que satisfizesse suas paixões (a ausência de Deus em sua vida). Deus, portanto, não é o autor do mal, mas é autor do livre-arbítrio, que concede aos homens a liberdade de exercer o mal, ou melhor, de não praticar o bem. Tempo e Criação

  No Livro XI das Confissões (em latim: Confessiones) Agostinho põe-se a cargo de versar acerca da criação do mundo por meio do Verbo, que podemos entender como "palavra criadora". Com efeito, o filósofo compreende que o mundo só poderia ter duas origens 1) do nada (em latim: ex-nihilo) e 2) a partir de parte da sua substância. No entanto, a última suposição é falsa pois teria de se admitir um Deus imutável, algo não condizente com o pensamento do Doutor Africano.

  A fim de responder a asserção: “Do que faria Deus antes de criar o mundo?” Tece sua crítica aos maniqueus e expõe seu pensamento a respeito do tempo e da criação. A evidente resposta do Santo Doutor à tal pergunta é a de que Deus não estaria a fazer nada, pois não havia tempo antes deste ter sido criado por Deus, ficando expresso que o tempo nada mais é do que uma criatura assim como o mundo e todas as coisas. Para o pensador, o tempo e o universo foram criado em conjuto, e Deus estaria fora deste contexto pois ele é eterno e a eternidade não entra no tempo.

  Para ele, o tempo não tem existência per se e só pode ser apreendido por nossa alma por meio de uma atividade chamada de "distensão da alma" (em latim: distentio animi). A distensão da alma, grosso modo, nada mais é do que a compreensão dos três tempos; pretérito, presente e futuro na alma, de modo que seja possível lembrar do passado, viver o presente e prever o futuro. Agostinho afirma que a alma é quem pode medir o tempo e essa "medição" atesta a existência do tempo apenas em caráter psicológico.
Influência como pensador e teólogo:



  Na história do pensamento ocidental, sendo muito influenciado pelo platonismo e neoplatonismo, particularmente por Plotino, Agostinho foi importante para o "baptismo" do pensamento grego e a sua entrada na tradição cristã e, posteriormente, na tradição intelectual europeia. Também importantes foram os seus adiantados e influentes escritos sobre a vontade humana, um tópico central na ética, que se tornaram um foco para filósofos posteriores, como Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche, mas ainda encontrando eco na obra de Albert Camus e Hannah Arendt (ambos os filósofos escreveram teses sobre Agostinho).

  É largamente devido à influência de Agostinho que o cristianismo ocidental concorda com a doutrina do pecado original. Os teólogos católicos geralmente concordam com a crença de Agostinho de que Deus existe fora do tempo e no "presente eterno"; o tempo só existe dentro do universo criado.

  O pensamento de Agostinho foi também basilar na orientação da visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha restaurar a condição decaída da razão humana, sendo portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação da Bíblia deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro bíblico do Gênesis, iriam influenciar fortemente a Igreja medieval, que teria uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados.

  Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento filosófico grego e do cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Otto Jansenius.



  Assim encerramos a história deste grande servo de Deus, que entregou-se para a obra do seu Criador.  Que nós possamos tirar exemplos da vida de Agostinho também.


  Soli Deo Glori.

sábado, 28 de maio de 2011

As viagens missionárias de Paulo



[Documentos pessoais]

INTRODUÇÃO


As viagens missionárias do apóstolo Paulo foram realizadas nas principais cidades romanas. Ele percorreu grande parte das cidades do império romano, partindo de Antioquia da Síria viajou pelo mundo helenista até findar em sua prisão domiciliar em Roma. (At 13-28).
Paulo foi um homem escolhido por Deus para pregar o evangelho aos pagãos do seu tempo. A pessoa de Paulo aparece repentinamente sem se explicar muitos detalhes de sua vida em At 8-9, a única coisa que se diz é que ele perseguia os irmãos e assolava a igreja.
Mas, o contexto bíblico sobre o apóstolo mostra que: Paulo se considerava o menor dos apóstolos 1Co 15.9. (Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.)
Ele diz que foi separado por Deus antes de nascer e para ser o apóstolo dos pagãos (At 9.15; Gl 1.15-16). (Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue,).
Logo depois de sua conversão ele começou a cumprir a vontade de Deus, e pregou na cidade de Damasco. (At 9.20-25). (E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus. E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e para isso veio aqui, para levá-los presos aos principais dos sacerdotes? Saulo, porém, se esforçava muito mais, e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo. E, tendo passado muitos dias, os judeus tomaram conselho entre si para matá-lo. Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo; e como eles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a vida, tomando-o de noite os discípulos o desceram, dentro de um cesto, pelo muro.).
Paulo começa a sua vida cristã demonstrando ser um grande instrumento de Deus para a evangelização. Ele evangelizou cerca de 37 cidades do império romano onde milhares de pessoas se convertem a Cristo através de sua mensagem.
Num período de aproximadamente 15 anos, de 45 a 60 d.C. Paulo fez sua pregação. Às vezes ele ficava alguns dias na cidade e outras vezes ele passava anos. Teve cidades que ele visitou mais de uma vez, e tiveram outras que ele nunca mais visitou.
Em At 9.15 (Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.) vemos que Deus escolheu Paulo para ser um pregador aos pagãos. Então Paulo foi missionário cumprindo a chamada do Espírito Santo.
O Espírito Santo preparou o apóstolo Paulo nos ensinos do velho testamento, na cultura judaica e na cultura romana.
O apóstolo assim tinha um grande potencial para realizar a obra missionária. Em At. 8.3 (E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.). Saulo tinha motivos, ou seja, ele sabia o porquê estava perseguindo a igreja. Filipenses 3.6 (Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.) fala que ele era irrepreensível quanto à lei. Deus preparou a Paulo, e ninguém melhor do que ele para pregar o evangelho aos pagãos. Ele saberia como os pagãos pensavam, como eles adoravam e buscavam a salvação, então em cima destes fatos Paulo poderia com maior chance ser bem sucedido.
O apóstolo escolheu como pontos de atuação, os grandes centros e as sinagogas. O império romano construiu varias estradas para ligar as grandes cidades para melhorar o comercio e facilitação nas guerras. Paulo utilizou estas estradas para se locomover, pois ele sendo cidadão romano por nascimento, ele tinha livre acesso a qualquer cidade do império.
Ele fazia discípulos nas principais cidades da província romana. O que antes era campo missionário veio a se tornar bases missionárias.
Tessalônica tornou-se base para a macedônia, corinto para a Acaia, Éfeso para Ásia proconsular, e, Roma para a Espanha (Rm 15.24: Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos veja, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia.).
Ele concentrava seus esforços nos grandes centros que eram pontos estratégicos do ponto de vista cultural, econômico, religioso, político e geográfico.
Segundo estudiosos, Paulo procurava atingir os centros provinciais que ainda não haviam sido evangelizados (Rm 15.18-21: Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio; Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, E os que não ouviram o entenderão.) e contava com estes lugares para dar continuidade com a missão de evangelizar os vizinhos (Rm 10.14: Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão se não há quem pregue?).
As pregações de Paulo nas sinagogas apresentavam as seguintes características:
1-A simpatia e conciliação de Paulo com as sensibilidades dos ouvintes;
2-Reconhece a dificuldade de se proclamar verdades não fáceis de aceitar;
3-O respeito pelos ouvintes, pelas suas capacidades e suas necessidades;
4-Confiança inabalável na verdade e no poder do evangelho.

DESENVOLVIMENTO

Porque Paulo priorizava a pregação na sinagoga? É preciso lembrar que Paulo era um apóstolo enviado aos gentios. Na época de sua conversão no caminho de Damasco o Senhor disse que o livraria “dos gentios, para os quais eu te envio” (At 26.17: Livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio,.). Pedro, Tiago e João eram enviados aos judeus, porém Paulo aos pagãos (Gl 2.9: E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;.). Em quase todas as sinagogas existiam além de judeus é claro, 2 grupos distintos de gentios. O 1º era formado pelos “prosélitos”, o 2º era formado pelos “tementes a Deus” que eram apreciadores da lei e dos ensino judaicos, mas por várias razões não se desligavam de suas religiões pagãs. Os tementes a Deus não tinham direito de participarem de todos os atos litúrgicos. Então o objetivo principal de Paulo era alcançar estes tementes a Deus.
Paulo além de se preocupar com o lado espiritual dos convertidos, ele também visava o lado humanitário, e a prova disso é o que vemos em 2Co 8 e Gl 2.10. (Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência.).
As principais cidades que Paulo visitou são aquelas que são mais conhecidas e de maior importância na historia bíblica, também é importante citar as cidades que ele escreveu as epístolas e as que receberam.


1ª VIAGEM MISSIONÁRIA


A 1ª viagem missionária de Paulo teve inicio na igreja missionária de Antioquia da Síria que teve inicio entre 45 e 50 d.C.

Partiu de lá acompanhado de Barnabé e João Marcos. A 1ª cidade foi Selêucia, situada na foz do Orontes, de lá para Chipre, cidade de Barnabé. Desembarcaram em Salamina na costa de Chipre onde começaram a trabalhar como de costume na sinagoga. Percorreram toda a ilha pregando o evangelho, até chegar a Pafos na costa sudoeste. Foi ai que chamaram a atenção de Sérgio Paulo procônsul romano. (At 13.4-12: E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador. E, havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam certo judeu mágico, falso profeta, chamado Barjesus, O qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus. Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul. Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele, Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando a roda, buscava a quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor.).

Partindo de Chipre navegaram para a Ásia menor e chegaram a Perge na Panfília. Ali João Marcos se separou do grupo; o restante saiu de Perge rumo ao norte, passando pela região da Frigia indo até Antioquia da Pisídia. De Antioquia passaram a Icônio, cidade da Frígia onde uma grande multidão foi convertida (At. 13.51: Sacudindo, porém, contra eles o pó dos seus pés, partiram para Icônio.).

Por causa da perseguição dos judeus foram para listra e Derbe, cidades da região da Licaônia (At 14.1-7: E aconteceu que em Icônio entraram juntos na sinagoga dos judeus, e falaram de tal modo que creu uma grande multidão, não só de judeus, mas de gregos. Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios. Detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios. E dividiu-se a multidão da cidade; e uns eram pelos judeus, e outros pelos apóstolos. E havendo um motim, tanto dos judeus como dos gentios, com os seus principais, para os insultarem e apedrejarem, Sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades de Licaônia, e para a província circunvizinha; E ali pregavam o evangelho.).

Daí começam a voltar e estabelecem presbíteros em Antioquia da Pisídia, atravessando a Panfília e Perge, anunciando a palavra em Perge desceram a Atália e dali navegaram para Antioquia da Síria (At 14.20-26: Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se, e entrou na cidade, e no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe. E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio e Antioquia, Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus. E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao SENHOR em quem haviam crido. Passando depois por Pisídia, dirigiram-se a Panfília. E, tendo anunciado a palavra em Perge, desceram a Atália. E dali navegaram para Antioquia, de onde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra que já haviam cumprido. ).


2ª VIAGEM MISSIONÁRIA


Por volta do ano 50 d.C. Paulo propõe a Barnabé realizar uma 2ª viagem missionária. (At 15.16: Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, Levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo). Mas Barnabé queria trazer consigo a João Marcos que era seu sobrinho, (Cl 4.10: Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o;) mas Paulo não considerou conveniente. Por causa disso houve uma discussão entre os dois que fez com que Paulo se separasse de Barnabé e, cada um seguiria em uma direção. Talvez Paulo tenha sido considerado prepotente por alguns, que passaram a criticar até mesmo sua autoridade apostólica. Mas ele não se abalou com isso e partiu na direção oposta a Barnabé e, foi ai que ele empreendeu a maior de todas as viagens missionárias. Tomando a seu discípulo Silas como companheiro, ele partiu de Antioquia da Síria para as igrejas da Síria e da Cilícia, e depois foram para o Norte atravessando as montanhas do Touro, chegando às igrejas que haviam sido fundadas na sua 1ª viagem missionária.

Foram a Derbe e a Listra onde Timóteo se ajuntou a eles. Depois foram para Icônio e Antioquia da Pisídia, e, após alguns “impedimentos” do Espirito Santo (At 16.6-7: E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito não lho permitiu.) desceram a Trôade, onde Paulo teve a visão do varão macedônio.

Obedecendo a este chamado, os missionários vão para a Europa, levando Lucas com eles. Desembarcando em Neápolis, seguiram logo para a cidade de Filipos. De Filipos onde Lucas ficou, Paulo, Silas e Timóteo foram para Tessalônica, onde alcançaram muitas almas, fundando ali uma igreja (At 17.1-9: E passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras, Expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo. E alguns deles creram, e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulheres principais. Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos, dentre os vadios e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para junto do povo. E, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui; Os quais Jasom recolheu; e todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus. E alvoroçaram a multidão e os principais da cidade, que ouviram estas coisas. Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os soltaram. )

Por causa da perseguição, Paulo foge para Beréia onde desempenha um grande trabalho até mesmo nas sinagogas.

De Beréia eles seguem para Atenas (At 17.10-15: E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens. Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus também era anunciada por Paulo em Beréia, foram lá, e excitaram as multidões. No mesmo instante os irmãos mandaram a Paulo que fosse até ao mar, mas Silas e Timóteo ficaram ali. E os que acompanhavam Paulo o levaram até Atenas, e, recebendo ordem para que Silas e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa possível, partiram.).

De Atenas parte para Corinto onde passou 18 meses e ao contrário de Atenas os resultados foram admiráveis (At 18.1-11: E depois disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto. E, achando um certo judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), ajuntou-se com eles, E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. E todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e gregos. E, quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios. E, saindo dali, entrou em casa de um homem chamado Tício Justo, que servia a Deus, e cuja casa estava junto da sinagoga. E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados. E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales; Porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade. E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.).

Partindo para Éfeso, durou pouco tempo chegando até Cesareia, e logo em seguida a Jerusalém, onde saudou a igreja e voltou para Antioquia da Síria de onde havia partido (At 18.22: E, chegando a Cesareia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia.).


3ª VIAGEM MISSIONÁRIA


Tendo passado algum tempo em Antioquia, o apóstolo e sua comitiva deu início a 3ª viagem missionária no ano 54 d.C. Atravessando a região da Galácia e da Frígia fortalecendo os discípulos (At 18.23: E, estando ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia, confirmando a todos os discípulos.) vai a Éfeso capital da Ásia e uma das cidades mais importantes do oriente. Permaneceu ali 3 anos (At 20.31: Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós. ); durante 3 meses ensino na sinagoga e depois por 2 anos na escola de Tirano (At 19.8-10: E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos. ).

O seu trabalho em Éfeso foi o mais notável de todos (At 19-20). De Éfeso partiu para a Macedônia onde depois de fortalecer os irmãos partiu para a Grécia onde permaneceu 3 meses (At 20.2-3: E, havendo andado por aquelas terras, exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia. E, passando ali três meses, e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia.).

Agora Paulo iniciaria sua ultima viagem a Jerusalém acompanhado de vários gentios e judeus helenistas (At 20.4: E acompanhou-o, até à Ásia, Sópater, de Beréia, e, dos de Tessalônica, Aristarco, e Segundo, e Gaio de Derbe, e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo. )

Seu plano era navegar diretamente para a Síria mas, uma conspiração dos judeus o obrigou a voltar pela Macedônia (At 20.3: E, passando ali três meses, e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia.). Demorou em Filipos enquanto seus companheiros foram para Trôade (At 20.5: Estes, indo adiante, nos esperaram em Trôade. ). Chegando em Trôade, Paulo demorou pouco tempo e viajou para Assôs. Passando rapidamente por Mitilene e Samos, Paulo r mais alguns amigos chegaram a Mileto. Partindo de Mileto o navio segue atá a ilha de Cós e no dia seguinte chegam a Rodes.

De Rodes passaram até Pátara, nas costas de Lícia (At 21.1: E aconteceu que, separando-nos deles, navegamos e fomos correndo caminho direito, e chegamos a Cós, e no dia seguinte a Rodes, de onde passamos a Pátara.). Achando um navio que ia para a Fenícia embarcaram, e seguindo viagem passaram por Chipre e desembarcaram em Tiro, passando 7 dias ali.

De Tiro foram para Ptolemaida (At 21.5-6: E, havendo passado ali aqueles dias, saímos, e seguimos nosso caminho, acompanhando-nos todos, com suas mulheres e filhos até fora da cidade; e, postos de joelhos na praia, oramos. E, despedindo-nos uns dos outros, subimos ao navio; e eles voltaram para suas casas.) e no dia seguinte chegaram em Cesaréia. Depois de várias predições proibindo Paulo de seguir viagem ele vai destemidamente até Jerusalém (At 21.4, 10-12: E, achando discípulos, ficamos ali sete dias; e eles pelo Espírito diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém. E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Agabo; E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios. E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém. ) e assim terminou sua 3ª viagem missionária (At 21.12-15: E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém. Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor. E depois daqueles dias, havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalém.).


AS VIAGENS A ROMA E A ESPANHA.


Paulo escrevendo aos crentes de Roma, expressa seu desejo de pregar desde Jerusalém e circunvizinhança até o ilírico (Rm 15.19: Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo.). Alguns eruditos acreditavam que em Romanos 15.22-24: (Por isso também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco. Mas agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco, Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia.) o apóstolo explica o porque empregou seus esforços durante sua vida e desejo de ir a Roma mas ainda não podia ser concluído:
1º)Não visitar os romanos, porque ele não queria semear o evangelho onde já havia sido semeado, deixando os que não haviam ainda ouvido ficar sem conhecimento. Rm 15.20-21: E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio; Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, E os que não ouviram o entenderão.

2º)visitar os romanos. Depois de toda a sua vida o apóstolo tinha razões para visitá-los agora, devido algumas considerações: Ele havia terminado sua missão nas regiões onde havia passado; agora precisava alcançar outros lugares (Rm 15.23: Mas agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco,); desejo antigo de conhecer a igreja romana; estabelecer em roma uma base missionária para o ocidente até a Espanha ( 15.24, 28: Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia. Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha. ) “estarei convosco e que para lá (para a Espanha) seja por vós encaminhado...”.

Isto no entanto não significa que não houvesse mais lugar para ser pregado a mensagem, mas significa que para Paulo, ele já havia ido em todas as cidades que ele havia planejado. Então o planejamento dele agora era partir para o ocidente.

Por volta do ano 60 d. C Paulo é enviado a Roma como prisioneiro de César. Em At 27.2 (E, embarcando nós em um navio adramitino, partimos navegando pelos lugares da costa da Ásia, estando conosco Aristarco, macedônio, de Tessalônica.) o apóstolo embarca em um navio adramitino que iria para a costa da Ásia. Agora o apóstolo não tinha mais a companhia de seus amigos cooperadores mas, esta seria uma viagem tão emocionante como as outras.
De Jerusalém ele navegou até Sidom, partindo dali navegou a costa de Chipre por causa dos ventos e, tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília chegou a Mirra na lícia. Embarcando em um navio alexandrino navegaram lentamente a costa de Cnido e prosseguindo por causa do vento até a costa de creta na altura de Salamina. Em seguida chegaram a cidade de Laseia.
O capitão do navio sabendo que o porto dali não era próprio para invernar, partiu tentando chegar em Fenice, mas aconteceu uma grande tempestade que despedaçou o navio ocorrendo grande naufrágio. Mas Deus havia guardado a todos por amor ao apóstolo. Sendo eles batidos de um lado para outro do mar adriático, depois de muito tempo chegaram em terra firme. Após chegarem em terra souberam que nome do lugar era Malta. Foi ai que uma cobra picou o apóstolo e, milagrosamente ele sobreviveu. Deus operou várias curas neste lugar, e, os bárbaros puseram a todos depois de 3 meses em outro navio, e os presos seguiram viagem.
Chegando em Siracusa passaram 3 dias. Em seguida viajaram até Régio e no dia seguinte chegaram a Puteóli onde encontraram uma igreja a qual passaram 7 dias.
Tendo os irmãos de Roma ouvido a respeito de Paulo, vieram ao seu encontro na praça de ápio e as 3 vendas. Ao vê-los Paulo, rompe em júbilo e dando graças a Deus se reconfortou.

Paulo chega a Roma como um prisioneiro (At 28.16-31: E, logo que chegamos a Roma, o centurião entregou os presos ao capitão da guarda; mas a Paulo se lhe permitiu morar por sua conta à parte, com o soldado que o guardava. E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus e, juntos eles, lhes disse: Homens irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim contudo preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos; Os quais, havendo-me examinado, queriam soltar-me, por não haver em mim crime algum de morte. Mas, opondo-se os judeus, foi-me forçoso apelar para César, não tendo, contudo, de que acusar a minha nação. Por esta causa vos chamei, para vos ver e falar; porque pela esperança de Israel estou com esta cadeia. Então eles lhe disseram: Nós não recebemos acerca de ti carta alguma da Judéia, nem veio aqui algum dos irmãos, que nos anunciasse ou dissesse de ti mal algum. No entanto bem quiséramos ouvir de ti o que sentes; porque, quanto a esta seita, notório nos é que em toda a parte se fala contra ela. E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde. E alguns criam no que se dizia; mas outros não criam. E, como ficaram entre si discordes, despediram-se, dizendo Paulo esta palavra: Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías, Dizendo: Vai a este povo, e dize: De ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; E, vendo vereis, e de maneira nenhuma percebereis. Porquanto o coração deste povo está endurecido, E com os ouvidos ouviram pesadamente, E fecharam os olhos, Para que nunca com os olhos vejam, Nem com os ouvidos ouçam, Nem do coração entendam, E se convertam, E eu os cure. Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão. E, havendo ele dito estas palavras, partiram os judeus, tendo entre si grande contenda. E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo; Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.) e Lucas relata que “por 2 anos permaneceu Paulo na sua própria casa que alugara” (At 28.30: E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo;) com toda liberdade de receber a todos que o procuravam e de pregar o evangelho (At 28.30-31: E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo; Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.). Para quem pretendia apenas passar por Roma, e livre, 2 anos e preso era tempo demais.
Provavelmente após esta sua 1ª prisão domiciliar, o apóstolo deve ter ido à Espanha.


CONCLUSÃO


Em fim, o apóstolo visitou em sua 1ª viagem 10 cidades num período de 5 anos; na 2ª viagem ele visitou 19 cidades sendo que 14 cidades eram novas, num período de 4 anos, onde se revela que foi sua maior viagem; na 3ª viagem ele visitou 5 cidades novas e 17 ao todo em um período de aproximadamente 6 anos; e na sua viagem à Roma ele visitou 8 lugares novos e 11 ao todo.
Portanto a obra missionária do apóstolo num período de 15 anos se estendendo por 37 cidades.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Sobre Cristo.




[DOCUMENTOS PESSOAIS]

Em 15 de abril de 1912 partia o TITANIC, o mais famoso navio da história, com a finalidade de cruzar o oceano atlântico pela 1ª vez.
Diziam que tempestade alguma poderia afundá-lo. Um oficial de bordo, quando interrogado no momento dos preparativos para partir declarou: “este navio não pode ser afundado. O próprio Deus não poderia afundá-lo se quisesse”.
Os passageiros estavam tão convencidos disso que, quando os primeiros botes salva-vidas começaram a serem lançados ao mar a maioria dos que estavam a bordo se recusaram a subir neles; eis a razão do grande número de vitimas: mais de 1500.
O navio afundava; ninguém quis acreditar. Logo os motores pararam, mas a orquestra continuou tocando, e alguns passageiros continuaram bebendo e dançando. Quando se deram conta da realidade, já era muito tarde. De repente, em meio a despreocupação, um grande pânico sobreveio sobre eles. E o navio afundou-se nas águas geladas.
O mundo é como o TITANIC quando estava afundando. Não faltaram advertências para se salvarem subindo nos botes salva-vidas, Deus também faz varias advertências para que as pessoas atentem para a salvação em Cristo. A salvação é realizada unicamente por meio de Cristo: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3.16.
O que você acha sobre esta história? Você acredita que isso tenha acontecido? O que eles deveriam fazer, em sua opinião?
Cristo padeceu muito e foi crucificado com a finalidade de salvar a muitos deste mundo que está a se afundar e, através da sua própria morte aproximar de Deus os que estavam a perecer: Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo. 1Tm 2.5-6.
Assim como no caso do TITANIC o tempo da salvação um dia chegará ao fim; para os que estiverem em Cristo, será eterna esperança, mas para os que continuarem no mundo, acreditando despercebidamente que está tudo bem, será só choro e pânico: E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. Mt 25.32,46.
Aqueles que não abandonarem suas idéias erradas, assim como os passageiros do TITANIC, que não acreditaram na nova que estava sendo anunciada, irão se arrepender amargamente.
Subamos nos botes salva-vidas que Cristo nos dispõe, e abandonemos o mundo que está a se afundar.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Paulo de Tarso.



[DOCUMENTOS PESSOAIS]


INTRODUÇÃO


Neste pequeno comentário, estarei separando as partes do filme (Paulo de Tarso) que são mais aproximadas do que o relato bíblico mostra, e as partes que são conjecturas. A parte que não tem nenhum fundamento bíblico não será feito nenhum comentário direto, salvo se tiver alguma relevância.


SÍNTESE


FATOS BÍBLICOS.


O filme tem início com cenas da conversão de Saulo, que é algo bíblico descrito no livro de Atos dos Apóstolos, veja Atos 9.1-9:
1 E SAULO, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do SENHOR, dirigiu-se ao sumo sacerdote.
2 E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse algum daquela seita quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
3 E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.
4 E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5 E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
6 E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
7 E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.
8 E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziu a Damasco.
9 E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu.


Paulo é um discípulo de Gamaliel, que é um fato bíblico segundo Atos 22.3:
3 Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois.


O discurso de Gamaliel perante o Sinédrio está muito próximo do que contem na bíblia.


O filme fala sobre a venda do terreno de Barnabé, que, entregou o valor aos pés dos Apóstolos.


Paulo segurou o manto dos que apedrejavam os cristãos, como no filme ele segura o manto de “Rubens”.


A conversão de Saulo acontece de modo muito parecido com o que a bíblia diz; ele ficou cego; ouviu a voz do Senhor; ficou percebendo apenas vultos das pessoas. Agora, vale salientar que no filme ele Paulo ficou relutando contra a cegueira, o que a bíblia não mostra.


Quando Pedro retorna de sua viagem pelas regiões da Judéia e Samaria, ele é interrogado pelos apóstolos em especial por Tiago. O que Pedro fala para eles é uma fração do que está na bíblia.


A morte de Tiago irmão de João também fica próximo do relato bíblico.


A prisão de Pedro por Herodes é descrita com muita precisão.


Sobre o apedrejamento de Paulo e Barnabé em Listra, tirando que o “Rubens” o tenha apedrejado, também está coerente.


Sobre Áquila e Priscila, o filme os coloca como proprietários de um cortiço de fabricação de tendas.


Na parte final do filme Paulo se dedica a fazer vários discursos principalmente em Atenas, que estão descritos tanto em Atos dos Apóstolos como em outros livros do NT. Apesar de ter algumas conjecturas no meio, mas esta parte entra aqui pelo resumo geral dos mesmos.


O filme fala sobre a prisão e interrogatório de Paulo pelos judeus, depois de sua vinda de Cesaréia a Jerusalém, logo em seguida, os judeus entram em voto que só comeriam depois de ter assassinado a Paulo.


Sobre o testemunho perante Felix o filme mostra biblicamente Paulo apelando para Cesar.


O filme termina com Paulo chegando a Roma, avistando a cidade de longe.




CONJECTURAS.


O filme apresenta Paulo como comandante da guarda romana. De alguma forma Paulo deve ter sido um soldado ou prestava serviço como reservista. Veja Atos 8.3; 9.2:


3 E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.
2 E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse algum daquela seita quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.


O batismo no Espírito Santo é semelhante ao que está na bíblia, que todos estavam reunidos no mesmo lugar ainda que o número de pessoas presente foi muito resumido; veio sobre eles um vento impetuoso e foram cheio do Espírito Santo. Mas quanto ao falar em línguas é suprimido também, passando para o discurso de Pedro.


Pelo filme da para entender que o cristianismo era uma seita ramificada dos ensinos do farisaísmo.


Sobre Paulo, o filme novamente volta a falar da vida pessoal dele é o apresenta como cidadão romano que fazia tenda.


A conversa do “sacerdote Rubens” com Paulo sobre o desejo de Roma matar muitos judeus se não fosse contido os cristãos, tem certo fundo histórico.


Quando “Rubens” tenta contradizer Estevão dizendo que Jesus destruiria o templo e em 3 dias o reconstruiria, também é uma conjectura de um dos motivos de o porquê estavam perseguindo os cristãos.
“Rubens” coloca a idéia de que Jesus seria como um 2º Deus para os cristãos e por isso eles eram politeístas, que era uma blasfêmia. Isso ocorre porque os judeus não aceitavam de forma alguma a idéia de que o messias fosse divino. Eles tinham a idéia de um libertador político.


O filme coloca Paulo como comandante na perseguição dos judeus contra os cristãos, mas a bíblia não deixa claro este ensino. A bíblia apenas diz que ele levava presos os cristãos, isso não é motivo concreto para se dizer que Paulo era comandante. Ele pode ter servido como reservista ou ter sido enviado de uma forma especial para está missão, pelo fato de Paulo ser um dos judeus mais preparado religiosamente, e que por ser jovem poderia executar o serviço melhor que os mais velhos.


A questão das coisas sacrificadas e o comer com os pagãos são descrito no filme, mas não é igual ao que se vê no livro de Atos. O que se vê no filme é uma adaptação de Gálatas. O fato é que no filme é colocado como se Pedro desse o veredicto final de todas as coisas. Mas em Atos 15 não conseguimos vê Pedro tomando lugar de destaque, mas Tiago.


A discussão entre Paulo e Barnabé no filme gira em torno de se deveriam ir pregar em Roma ou não. A bíblia mostra claramente que a discussão foi porque Barnabé queria levar a João Marcos é Paulo não considerava justo.


Sobre a purificação de Paulo logo depois de chegar de Cesaréia em Jerusalém, o filme o mostra raspando a cabeça e tomando voto (ainda que não o mostre utilizando navalha que era o costume judeu), mas quanto a sua prisão, o filme mostra um individuo que era de Jerusalém incitando o povo contra Paulo, mas a bíblia diz claramente que quem incitou o povo foi judeus residentes na Ásia.


Sobre a notícia ao comandante romano, em nenhum momento a bíblia mostra uma mulher trazendo a noticia do motim dos judeus para matar a Paulo em segredo.


Sobre a despedida de Paulo e Barnabé a bíblia não faz nenhuma menção.




EXTRA BIBLICO.


O filme coloca Paulo como sendo um soldado e lutador de arena. A bíblia diz que Paulo lutou contra feras, mas ao que da para se entender foi em pro da causa e não como esporte. Veja Atos 15.32:
32 Se, como homem, combati em Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos que amanhã morreremos.




Mostra Barnabé sendo assaltado e Paulo o livrando. Também diz que o nome da mulher de Barnabé é Agar.


Tem uma cena que Barnabé e um cristão fazem no chão o desenho de um peixe que pode ser um dos símbolos do cristianismo primitivo.


Apresenta Pedro se queixando de não poder pregar por receio de ser morto, coisa que não tem na bíblia.


Quando Pedro tenta pregar para um aleijado, ele o expulsa.


Paulo dava esmola para os aleijados é os conhecia. É algo que não mostra claramente na bíblia, mas podemos ver Paulo incentivando a isso nas suas epístolas.


O discurso de Pedro é abalado pelas pessoas, coisa que não está correto e João também interfere no discurso.


A cura do coxo que é descrito no capítulo 3 de Atos, é adiantado para os acontecimentos do dia de pentecostes.


Os Apóstolos Pedro é João comparecem pela 1ª vez perante o Sinédrio, e no filme, eles são proibidos de falarem no nome de Jesus, mas na bíblia isso só ocorre na 2ª vez que eles comparecem ao Sinédrio.


É feito uma associação entre o batismo das 3 mil almas com a pessoa de Barnabé, só que a bíblia não descreve o batismo de Barnabé; outra coisa errada é sobre o tempo do batismo, que foi logo depois do discurso de Pedro em pentecostes e não na união de Barnabé a igreja.


Colocam que Pedro e João descem para Samaria antes do início da perseguição, é algo errado.


Sobre Barnabé ter ido avisar Ananias da vinda de Paulo, não é bíblico.


Muito provavelmente quem batizou Paulo foi Ananias é não Barnabé como o filme coloca.


Barnabé não estava com Paulo em Damasco segundo a bíblia, só em Jerusalém é que ele viria a se encontrar com Barnabé.


Na bíblia não contem estes discursos entre Pedro, Tiago, Paulo é Barnabé à noite em uma arena ou esconderijo. O que a bíblia diz é que Barnabé tendo trazido Paulo perante os Apóstolos, falou como havia sido a conversão de Paulo em Damasco.


Paulo vai até Pedro para pedir permissão para pregar o evangelho, é Pedro o permite, mas isso é uma irrealidade bíblica, Paulo em nenhum momento vem pedir autorização para poder pregar o evangelho, Cristo foi quem o comissionou.


Sobre a ida de Barnabé a Antioquia, o filme erra quando coloca Pedro dando ordens a ele, para que ele vá até Antioquia. Segundo a bíblia está ida de Barnabé só se deu tempos depois, quando os irmãos de Jerusalém ficaram sabendo que a palavra havia prosperado ali, enviando Barnabé para lá.


O filme mais uma vez dá uma versão equivocada com relação ao tempo. Quando Barnabé vai chamar a Paulo em Tarso, a prisão de Pedro por Herodes, nem havia ocorrido ainda.


A viagem de Paulo e Barnabé parece que começa em Listra, mas a bíblia deixa bem claro que Paulo 1º foi a Salamina.




CONCLUSÃO


Em resumo, o filme colabora com a tradição católica romana, que defende que Pedro foi a cabeça do apostolado, o 1º papa. Em várias partes do filme, é visto o esforço do produtor em mostrar a autoridade de Pedro sobre a igreja, mas quando chega ao concílio de Jerusalém, vemos Pedro tomando o conselho de Paulo sobre a circuncisão, trazendo de forma tão explicita e clara que Pedro precisava de conselho dos outros. Se Pedro fosse papa ele não teria tomado conselho.
Mesmo o produtor querendo trazer o ensino sobre a primazia de Pedro, ele não pode negar o que a bíblia declara.


De certa forma o filme traz uma narrativa bem elaborada do que, foi o ministério de Paulo, ainda que tenha discrepâncias como, por exemplo, as citadas acima.

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